terça-feira, 14/05/2024
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Para jovem austríaca, seqüestrador faz parte de sua vida

“Todos querem me fazer perguntas íntimas, mas isso não diz respeito a ninguém”, disse Kampusch. “Talvez um dia eu conte a um terapeuta, ou a outra pessoa que eu sinta a necessidade. Ou talvez nunca. A intimidade só pertence a mim.” A polícia afirmou hoje ter apenas começado a perguntar sobre o seu seqüestro, em março de 1998, quando ela tinha 10 anos, por Wolfgang Priklopil, que se matou horas após a fuga da jovem ao se jogar na frente de um trem.

Ela fugiu quando Piklopil estava ocupado falando no celular, e desde então está em local seguro e confidencial. O major da polícia Gerhard Lang, do escritório de investigação de crimes federais, disse que investigadores continuam a seguir “cada pista” do caso, que até a semana passada era um dos grandes crimes misteriosos não resolvidos da Áustria.

Como a planta da casa em Viena onde Kampusch foi mantida não foi encontrada, investigadores ainda não conseguiram dizer com certeza se há outros quartos secretos, afirmou Lang. Apesar das autoridades terem divulgado fotos e vídeo da pequena cela sem janela no porão onde Kampusch foi mantida, ela se referiu simplesmente como “meu quarto” em sua declaração, lida pelo psicólogo Max Friedrich.

“Era o meu quarto, e não era para o público vê-lo”, escreveu Kampusch. “Eu não chorei após a fuga. Não havia razão para lamentar. Ao meu ver, sua morte não teria sido necessária”, afirmou a jovem. “Ele era parte da minha vida. É por isso que eu lamento por ele de certa forma.”

A jovem disse ainda que Priklopil a tratava às vezes muito bem, mas outras vezes a tratava muito mal. “Mas ele pegou a pessoa errada para discutir.” Investigadores tentam determinar se Priklopil tinha um cúmplice, já que uma testemunha afirmou ter visto dois homens colocando a menina dentro de um carro. Mas Kampusch sugeriu que Priklopil agiu sozinho.

A menina disse ainda que eles decoraram o “quarto” juntos. “A princípio eu não tenho o sentimento de que perdi alguma coisa”, afirmou, em referência à sua adolescência, que ela entende ter sido diferente da adolescência de outras pessoas. Ela afirmou que foi poupada de algumas coisas como começar a fumar, a beber, ou de ter “falsos amigos”.

Em um dia normal, ela tomava café da manhã com Priklopil, que geralmente não trabalhava, disse a jovem. O resto do dia ela passava fazendo “trabalhos domésticos, lendo, vendo TV, conversando, cozinhando. Assim foi por anos. Tudo ligado ao medo da solidão”, afirmou. Kampusch pediu mais respeito por parte da mídia e avisou que tem um advogado.

Friedrich apelou aos jornalistas a mostrar respeito, dizendo que a jovem estava traumatizada, e que a cobertura intensa da mídia estava tornando-a vítima novamente. Kampusch disse que ela mesmo decidirá quando irá falar aos jornalistas. “Muitas pessoas estão tomando conta de mim”, escreveu.

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Parmenas Alt
Parmenas Alt
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