terça-feira, 14/05/2024
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Pelo menos 150.000 iraquianos morreram desde a invasão de março de 2003

Pelo menos 150.000 iraquianos morreram por causa da violência diária desde que as forças americanas e britânicas invadiram o Iraque em março de 2003, segundo cifras do ministério da Saúde iraquiano, enquanto o agora ex-secretário americano de Defesa, Donald Rumsfeld, admitiu que suas tropas têm dificuldades para combater os extremistas.

Os xiitas e sunitas do Iraque se dirigiam nesta sexta-feira às suas respectivas mesquitas para o tradicional dia de oração, em meio à onda de violência, que nos últimos três dias deixou dezenas de mortos.

O ministério da Saúde do Iraque informou nesta sexta-feira que aproximadamente 150.000 pessoas morreram desde a invasão de março de 2003, um número três vezes superior à cifra previamente estimada.

O balanço foi comunicado na quinta-feira pelo ministro da Saúde, Ali Al Shamari, a jornalistas em Viena, e depois foi confirmada por um porta-voz do ministério em Bagdá.

“Estas pessoas foram vítimas de atos terroristas, de combates e de assassinatos”, disse o porta-voz.

“Entre 75 e 80 pessoas morrem em média diariamente no Iraque” devido à violência inter-religiosa no país, acrescentou, com base nas últimas estatísticas de seu ministério.

“Estabelecemos estatísticas diárias, as quais enviamos a um departamento especializado do ministério, atualizamos os números todos os meses e fazemos um novo balanço a cada seis meses”, explicou.

Segundo ele, a média de vítimas diárias pode aumentar consideravelmente em função dos acontecimentos. Em 18 de agosto de 2005, por exemplo, cerca de 1.000 peregrinos xiitas morreram numa avalanche humana numa ponte de Bagdá.

No entanto, segundo um estudo publicado em outubro na revista britânica sobre medicina Lancet, dirigido por médicos da Universidade americana Johns Hopkins e da escola de medicina Al Mustansiriya, em Bagdá, cerca de 655.000 civis morreram no Iraque entre março de 2003 e julho de 2006.

Os Estados Unidos, Grã-Bretanha e os dirigentes iraquianos estimaram que este estudo é exagerado e pouco confiável.

A estimativa anterior, que apareceu na mesma revista em outubro de 2004, mencionava cerca de 100.000 mortos civis relacionados com a invasão do país entre março de 2003 e setembro de 2004.

Donald Rumsfeld, por sua vez, reconheceu nesta quinta-feira que os esforços dos Estados Unidos para estabilizar o Iraque não deram frutos e que as forças armadas não contam com o treinamento necessário para combater os extremistas violentos.

“Digo o seguinte: está muito claro que as maiores operações de combate foram um êxito enorme. Está claro que na segunda fase, não fomos suficientemente bem ou suficientemente rápidos”, disse Rumsfeld na Universidade de Kansas, em seu primeiro discurso depois de sua saída do comando do Pentágono.

Além disso, Rumsfeld estimou que o Iraque obteve progressos tangíveis, mas que a violência religiosa e a matança de muçulmanos por parte de muçulmanos extremistas criou “uma situação muito mais complexa”.

“Digo com honestidade, nosso país não tem experiência em tentar impor controle e nossa vontade sobre extremistas violentos, que não têm exército, que não têm armada, que não têm força aérea e que operam nas sombras”, concluiu.

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Parmenas Alt
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