terça-feira, 14/05/2024
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PF indicia ex-capa da Playboy na Operação Lava Jato

Tr&ecircs anos ap&oacutes receber um telefonema do doleiro Alberto Youssef avisando que havia ca&iacutedo na Opera&ccedil&atildeo Lava Jato, a modelo Taiana de Souza Camargo entrou na mira da maior investiga&ccedil&atildeo contra corrup&ccedil&atildeo no pa&iacutes. Ex-amante do doleiro, Taiana foi indiciada pela Pol&iacutecia Federal nesta segunda-feira pelo crime de lavagem ou oculta&ccedil&atildeo de bens, direitos e valores.

Grande operador de propinas no esquema instalado na Petrobras entre 2004 e 2014, o doleiro &eacute um dos primeiros delatores da Lava Jato. Youssef revelou pagamentos de vantagens il&iacutecitas por empreiteiras a pol&iacuteticos, entre deputados, governadores e senadores.

Em janeiro de 2015, Taiana foi capa da revista masculina Playboy. &Agrave publica&ccedil&atildeo, ela contou que foi a primeira pessoa para quem o doleiro mandou mensagem, j&aacute na pris&atildeo da Lava Jato, em mar&ccedilo de 2014. Ele nunca mais me ligou depois daquela mensagem. Acho que ele primeiro pensou em se preservar. Fiquei magoada, disse Taiana, na &eacutepoca.

O ex n&atildeo mais apareceu para Taiana &ndash at&eacute porque ficou preso em regime fechado por dois anos e meio &ndash, e ela, por sua vez, n&atildeo apareceu na Pol&iacutecia Federal. Ao promover seu indiciamento indireto, a PF destacou as in&uacutemeras tentativas de ouvir Taiana.

Intimada em 3 de mar&ccedilo de 2016, n&atildeo compareceu pedindo para ser ouvida por precat&oacuteria. Expedida carta precat&oacuteria, n&atildeo compareceu &agraves oitivas marcadas para o dia 25 de julho de 2016, apesar da intima&ccedil&atildeo. Em nova intima&ccedil&atildeo para o dia 6 de outubro de 2016, obteve-se a informa&ccedil&atildeo que se encontrava no exterior. A carta precat&oacuteria foi devolvida sem cumprimento. Taiana deixou o pa&iacutes dia 11 de julho de 2016, retornando dia 23 de dezembro de 2016, afirma a PF.

Relat&oacuterio da Pol&iacutecia Federal, subscrito pelo delegado Ivan Ziolkowski, aponta que o doleiro, a t&iacutetulo de doa&ccedil&atildeo, transferiu um apartamento em S&atildeo Paulo e uma sociedade em um restaurante para Taiana de Souza Camargo para ocultar seu patrim&ocircnio.

Alberto Youssef mantinha um relacionamento com Taiana Camargo e transferiu diversos bens e patrim&ocircnio para ela a t&iacutetulo de &lsquopresentes&rsquo. Al&eacutem de quitar diversas despesas cotidianas de Taiana como condom&iacutenio e escola de seu filho, Youssef pagou para ela em 2011 um veiculo BMW 2007, identificou a PF.

A declara&ccedil&atildeo de Imposto de Renda de Ajuste Anual/Ano 2010 de Taiana aponta recebimento de 44 894,00 reais de Pessoa F&iacutesica no Exterior. Em 2011, segundo o relat&oacuterio, foram transferidos 62 991 mil reais &agrave modelo. Ainda em 2011, Taiana apontou na sua declara&ccedil&atildeo anual um patrim&ocircnio total em 31 de dezembro de 2011 de 98 940,04. Chama a aten&ccedil&atildeo, no entanto, que na declara&ccedil&atildeo de 2012, declarou que seu patrim&ocircnio na mesma data de 31 de dezembro de 2011 totalizava 1 098 500,00 reais. Ao que tudo indica introduziu valor injustificado como Saldo em Giro e Domic&iacutelio para justificar o apartamento que recebeu de Alberto Youssef em 2012, destaca o delegado.

O relat&oacuterio destaca que o valor estimado do im&oacutevel, atualmente, &eacute 871 733,66. Com as oscila&ccedil&otildees do mercado imobili&aacuterio experimentadas nesta d&eacutecada pode-se inferir que o valor declarado em 2012 foi compat&iacutevel com a realidade, aponta o delegado.

Para a PF, h&aacute prova indici&aacuteria de m&aacute-f&eacute ao ocultar a origem do patrim&ocircnio. Segundo o relat&oacuterio, Alberto Youssef declarou que a ex-amante recebeu a sociedade do restaurante Aracari porque ele tinha restri&ccedil&otildees perante a Receita Federal, constituindo-se, portanto, Taiana, como pessoa interposta (laranja) na sociedade.

Evidentemente, Taiana tinha conhecimento das atividades il&iacutecitas de Alberto Youssef, ou ao menos, era presum&iacutevel que soubesse delas. Desta forma, havendo configura&ccedil&atildeo clara da materialidade e autoria, pelos ind&iacutecios apresentados, determino o indiciamento indireto de Taiana de Souza Camargo pelo crime de lavagem ou oculta&ccedil&atildeo de bens, direitos e valores de Alberto Youssef, escreve o delegado.

Na entrevista &agrave Playboy, em 2015, Taiana relatou que, durante o namoro, tomou conhecimento de casos de corrup&ccedil&atildeo envolvendo o doleiro, mas sucumbiu. Cheguei a confront&aacute-lo. Mas ele disse que essas acusa&ccedil&otildees eram isso, passado, e que eu estava sendo preconceituosa. Acabou me dobrando, contou. A defesa a modelo ainda n&atildeo se pronunciou sobre o indiciamento.

(Com Estad&atildeo Conte&uacutedo)VEJA.COM

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Parmenas Alt
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A estrada é longa e o tempo é curto. Não deixe de fazer nada que queira, mas tenha responsabilidade e maturidade para arcar com as consequências destas ações.
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