segunda-feira, 13/05/2024
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Presidente Temer às vésperas do julgamento que ameaça seu mandato

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O presidente Michel Temer enfrentar&aacute na pr&oacutexima semana um julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que poderia tir&aacute-lo do poder, mas que dever&aacute percorrer um caminho cheio de obst&aacuteculos pol&iacuteticos e jur&iacutedicos antes de chegar a um desenlace.

A um ano e sete meses das pr&oacuteximas elei&ccedil&otildees, Temer responder&aacute a uma antiga den&uacutencia de abusos econ&ocircmicos e pol&iacuteticos durante a campanha de 2014, na qual comp&ocircs como vice a chapa com a presidente Dilma Rousseff (2011-2016), destitu&iacuteda no ano passado por uma manobra do Congresso, apoiada por ele mesmo.

Este novo e explosivo cap&iacutetulo da crise brasileira ocorre em um momento em que ainda n&atildeo cicatrizaram as feridas do impeachment que p&ocircs fim a um ciclo de 13 anos da esquerda no poder, enquanto o novo governo conservador &eacute bombardeado por den&uacutencias do esquema de corrup&ccedil&atildeo na Petrobras.

Mas com a maioria no Congresso e o aval dos mercados a seu programa de ajustes, o Pal&aacutecio do Planalto aposta em postergar o processo e aproxim&aacute-lo o m&aacuteximo poss&iacutevel das elei&ccedil&otildees de outubro de 2018.

&quotH&aacute muita calma. O tempo est&aacute a favor do presidente. H&aacute muitos recursos legais e, se o caso n&atildeo for resolvido no TSE, vai pra o STF&quot, disse &agrave AFP uma fonte do Planalto que pediu para ter sua identidade preservada.

Os pr&oacuteprios ju&iacutezes do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) poderiam solicitar uma suspens&atildeo para examinar o relat&oacuterio final, com mais de mil p&aacuteginas, e tamb&eacutem os acusados poderiam pedir a amplia&ccedil&atildeo de suas defesas.

Mas se a estrat&eacutegia falhar e o TSE anular o resultado eleitoral de 2014, a Constitui&ccedil&atildeo determina que o Congresso eleja um novo presidente para concluir o mandato iniciado por Dilma e continuado por Temer.

No entanto, alguns constitucionalistas entendem que devem ser convocadas elei&ccedil&otildees diretas se a remo&ccedil&atildeo do presidente ocorrer antes dos &uacuteltimos seis meses de seu mandato.

Seria, de qualquer forma, um segundo governo de transi&ccedil&atildeo em apenas dez meses.

Corrup&ccedil&atildeo de novo

Ironicamente, a den&uacutencia foi apresentada pelo PSDB, derrotado em 2014, e hoje um aliado pr&oacuteximo de Temer.

Segundo a acusa&ccedil&atildeo, Dilma Rousseff (PT) e Temer (PMDB) financiaram sua campanha com dinheiro desviado da Petrobras, violaram os limites de gastos permitidos e abusaram da m&aacutequina estatal para serem reeleitos.

O caso vincula o esquema de propina na Petrobras com o esc&acircndalo da empreiteira Odebrecht e o custeio da campanha.

&quotNaquele momento tinha ind&iacutecios de que dinheiro de corrup&ccedil&atildeo da Petrobras foi usado em favor da campanha&quot, disse o advogado do PSDB, Fl&aacutevio Pereira.

Para Michael Mohallem, professor de direito da Funda&ccedil&atildeo Get&uacutelio Vargas, os ventos sopram a favor de Temer.

&quotO TSE julga improcedente a a&ccedil&atildeo. Mant&eacutem tudo como est&aacute. &Eacute uma possibilidade muito razo&aacutevel porque o pr&oacuteprio presidente Gilmar Mendes tem atuado para construir esse resultado (…) Tem grandes chances de que isso aconte&ccedila, da a&ccedil&atildeo n&atildeo resultar na casac&atildeo da chapa&quot, afirmou.

Se este progn&oacutestico se cumprir, Temer, de 76 anos, entregar&aacute a faixa presidencial a seu sucessor em 1&ordm de janeiro de 2019.

Riscos

O processo n&atildeo est&aacute, no entanto, isento de riscos para um governo impopular como o de Temer.

A imprensa destaca que tanto o juiz encarregado do caso, Herman Benjamin, como o Minist&eacuterio P&uacuteblico s&atildeo favor&aacuteveis a anular o resultado eleitoral.

Al&eacutem disso, a corte poderia declarar Temer e Dilma ineleg&iacuteveis por oito anos.

A defesa do presidente tentou separar suas contas das da ex-presidente, destacando que ele n&atildeo teve rela&ccedil&atildeo com o esquema financeiro. Mas h&aacute poucas expectativas de que esta mo&ccedil&atildeo seja aceita.

Uma decis&atildeo adversa, embora pass&iacutevel de ser revertida pelo Supremo, seria um golpe duro para Temer.

At&eacute mesmo o PSDB o defendeu em suas alega&ccedil&otildees finais.

&quotN&atildeo existe no processo nenhuma prova de alguma conduta do presidente Michel Temer em rela&ccedil&atildeo aos fatos que est&atildeo sendo apurados. Todos os depoimentos, todas as provas visam a participa&ccedil&atildeo do PT&quot, garante o advogado do PSDB.

Al&eacutem disso, tr&ecircs ministros do TSE deixar&atildeo seus postos nos pr&oacuteximos meses e os aliados do governo esperam que essa renova&ccedil&atildeo traga ares mais favor&aacuteveis para a situa&ccedil&atildeo.

O governo pretende &quotdemonstrar que n&atildeo foi uma elei&ccedil&atildeo ileg&iacutetima&quot, disse a fonte do governo.

Paradoxalmente, este &eacute um objetivo comum ao de Dilma, que acusa Temer de &quotgolpista&quot.

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Por Damian WROCLAVSKY

/AFP

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Parmenas Alt
Parmenas Alt
A estrada é longa e o tempo é curto. Não deixe de fazer nada que queira, mas tenha responsabilidade e maturidade para arcar com as consequências destas ações.
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