terça-feira, 28/05/2024
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Servidores da Saúde aprovam indicativo de greve para o dia 13 de Janeiro

O Sindicato dos Servidores Públicos da Saúde e do Meio Ambiente de Mato Grosso (Sisma/MT) realizou, nesta segunda-feira, 22 de dezembro, assembleias gerais descentralizadas nos Hospitais e Escritórios Regionais do Estado – às 7h e 8h horas, respectivamente -, Nível Central da SES (14h), Hospital Adauto Botelho (10h) e Complexo do Cermac (8h). Os servidores da capital e do interior aprovaram, em todas as Assembleias, abertura de estado de assembleia permanente e o dia 13 de janeiro como indicativo de greve, isto é, um dia de paralisação, caso as demandas não tenham sido atendidas até a data.

 

“A saúde não pode parar. A vida não espera”, disse o presidente do Sisma /MT, Oscarlino Alves, aos colegas que questionaram se o dia 13 seria tempo suficiente para a nova gestão governamental responder aos trabalhadores. “Nós temos que sinalizar para a nova gestão que nós queremos respeito e não vamos mais aceitar essas condições degradantes”.  

 

A situação caótica da Saúde já é conhecida pelas inúmeras denúncias de servidores e usuários do SUS, mas o ponto crucial para uma possível greve dos servidores nesta virada de ano se somou a falta de limpeza da última semana, porque o Governo não teria repassado o pagamento da empresa que presta o serviço. “Vejam como nós nos tornamos reféns da terceirização e da privatização. Em dois dias, até a permanência no local de trabalho ficou impossível”, apontou Alves. A realização de concurso público é uma das pautas mais urgentes dos servidores.

 

“A saúde do trabalhador é uma questão muito séria. Nós tivemos, nos últimos 3 anos, dois servidores que desistiram da vida em casa e um no local de trabalho. Entre os problemas de saúde que mais causam afastamento dos servidores estão os relacionados à saúde mental, como a depressão”, comentou Oscarlino, diante do desabafo de uma colega sobre a impossibilidade de realização no trabalho, na atual situação.

 

A servidora Marivanda, na Assembleia realizada no Adauto Botelho, afirmou que a precarização está fazendo com que os servidores naturalizem práticas de aquisição de material feita pelos próprios trabalhadores. “Nos últimos anos não se constrói nada para a Saúde, só se destrói. Parece que tudo o que é público não tem mais que existir. A gente compra serviço público, a gente está concorrendo com o privado. E a gente naturalizou tudo isso e assume as responsabilidades do Estado. Esse é o nosso equívoco, isso não é natural”.

 

Devido a falta de tudo, os trabalhadores têm comprado, com seu próprio dinheiro, copos descartáveis para água – não só dos servidores, mas também dos usuários -, papel higiênico, produto de limpeza, pó de café, entre outras coisas. “Esse ano o Adauto não vai fazer a feirinha beneficente para comprar material de arte terapia. Há anos nós não recebemos recursos para isso, por isso realizávamos a feirinha todo ano, mas nós não vamos mais fazer porque isso é obrigação do Estado. Ele tem recursos, recebe para isso”, disse uma servidora do Adauto.   

 

A diretora do Sisma/MT, Nadja Boabaid, lotada no Cridac, fez questão de destacar que a obra para onde a unidade em que trabalha seria transferida, que teve início na gestão Blairo Maggi, está abandonada. “O local virou um verdadeiro depósito de lixo! A piscina, que atenderia deficientes físicos e já estava até sendo tratada, está criando lodo”, afirmou.

 

Desperdício de material e dinheiro público também foram pontos bastante destacados pelos trabalhadores. No Cermac, um servidor chegou a afirmar que 50% do material entregue em janeiro deste ano fora desperdiçado, incluindo reagentes que chegam a custar 15 mil reais. “Eu faço um apelo ao Sindicato e aos colegas. Não vamos mais deixar o Estado jogar dinheiro fora. Isso é dinheiro público, dinheiro que poderia estar beneficiando usuários do SUS”.

 

Também diretora do Sisma/MT, a servidora Adriana de Oliveira, lotada no MT Laboratório, relatou as condições do seu setor de trabalho: mofo, goteiras, bichos peçonhentos e servidores sobrecarregados porque os colegas se aposentam e o Estado não repõe funcionários.  

 

Dezenas de servidores se manifestaram nas três assembleias realizadas na capital.

 

Todas as colocações feitas nas Assembleias serão reunidas em uma pauta de reivindicação que será apresentada a atual gestão do Governo do Estado e também a próxima. Os servidores relataram situações que vão desde a necessidade de reforma dos prédios, completa falta de estrutura, insumos, materiais e medicamentos – o que chegou a gerar agressões no Hospital Adauto Botelho, devido a agitação de paciente sem medicação adequada -, até a ausência de reconhecimento e respeito ao trabalho dos servidores que desenvolvem suas funções com qualificação técnica e acabam taxados como “incompetentes”, porque a gestão trava o andamento dos processos.

 

“A diretoria do Sisma afirma e defende que o trabalhador do SUS não é responsável por esse caos na Saúde Pública”, conclui o presidente do Sindicato.   

O assessor jurídico do Sisma/MT, Bruno Álvares, também participou das assembleias e orientou os servidores quanto aos procedimentos burocráticos no início das reuniões.   

 

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Parmenas Alt
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