sábado, 27/04/2024
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Turquia confirma incursão no Iraque, mas não revela número de vítimas

O Exército turco confirmou neste domingo uma incursão aérea maciça no norte do Iraque, onde ontem à noite bombardeou posições de supostos rebeldes do PKK (Partido dos Trabalhadores do Curdistão). Não há informações precisas sobre o alcance da operação e o número de vítimas.

Em comunicado publicado na internet, o Estado-Maior do Exército turco informou que “alvos determinados do PKK em Avasin, em Hakurk e nas montanhas Kandil foram atacados a partir de 1h (21h de Brasília do sábado) pelos caças da Força Aérea turca, em uma operação exaustiva”.

“Os aviões voltaram às bases às 4h15 [0h15 de Brasília do sábado]”, segundo a nota.

Em declarações à agência Anadolu, o porta-voz do governo turco, Cemil Cicek, disse que os únicos alvos das bombas foram o PKK e suas bases.

No entanto, a agência pró-curda Firat afirmou que o Exército turco “bombardeou alvos civis na área de Kandil. Dez aldeias foram bombardeadas durante a incursão aérea, uma mulher morreu e seis civis ficaram feridos”.

Segundo o jornal “Hürriyet”, 24 caças F-16 decolaram da base de Diyarbakir, enquanto as redes de televisão NTV e CNN indicaram que cerca de 50 aviões de combate procedentes de diferentes bases aéreas da Turquia participaram da operação.

Os bombardeios de artilharia pesada de longo alcance prosseguiram esta manhã e as incursões continuarão, dentro da autorização concedida pelo Parlamento (em outubro) e pelo governo (em novembro), de acordo com fontes do Exército turco.

Histórico

Esta é a maior operação fora do país realizada até agora pelas Forças Armadas turcas no norte do Iraque, onde estão os combatentes do PKK, grupo considerado terrorista por Turquia, Estados Unidos e União Européia.

No entanto, ainda há dúvidas sobre o efeito e o alcance da operação.

Enquanto o Estado-Maior turco afirma em nota que o ataque se limitou exclusivamente a alvos da organização, inclusive o quartel-general, outras fontes dizem que as bombas atingiram civis e causaram a morte de pelo menos uma mulher não ligada ao PKK.

Fontes locais do norte do Iraque confirmaram que as incursões aéreas foram realizadas simultaneamente em várias regiões.

Muitos veículos de comunicação turcos afirmaram que as principais bases do PKK foram totalmente destruídas e que um de seus dirigentes morreu, o que foi desmentido por fontes do grupo armado.

Os campos do PKK em Zap, Avasin e Hakurk, que teriam sido bombardeados hoje, ficam a 15 quilômetros da fronteira iraquiana, enquanto as montanhas Kandil estão localizadas a mais de 100 quilômetros da fronteira turco-iraquiana, no limite com o Irã.

De acordo com o “Hürriyet”, a operação começou após a descoberta da localização do quartel-general do PKK por meio de escutas telefônicas e das comunicações de rádio do líder dos rebeldes, Murat Karayilan, e do chefe do operacional militar da organização, Behoz Erdal.

Tensão

Após a morte de 13 soldados e a captura de outros oito em um ataque de cerca de 300 militantes do PKK em Daglica, em 21 de outubro, a opinião pública turca e os partidos pressionaram o Governo a autorizar uma incursão militar no país vizinho.

No início de novembro, os Estados Unidos se comprometeram a dar à Turquia “informação confiável” sobre as posições do PKK, o que levou o Governo turco a autorizar os generais a entrar no país vizinho a qualquer momento a partir de 28 de novembro.

Em 1º de dezembro aconteceu a primeira incursão, em menor escala que a de hoje.

Segundo os analistas, este tipo de bombardeio aéreo poderia continuar até março. Quando as condições climáticas melhorarem, a Turquia consideraria a possibilidade de também realizar um incursão terrestre.

Ao mesmo tempo, o governo está preparando uma lei para permitir que os nacionalistas curdos renunciem às armas e se reintegrem à sociedade.

“O caminho que vocês estão seguindo não é o correto. Não vão conseguir nada desta forma [usando o terrorismo]. Venham antes que seja tarde demais, voltem para suas famílias, para suas mães e seus pais”, recomendou Cicek neste domingo aos rebeldes curdos.

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Parmenas Alt
Parmenas Alt
A estrada é longa e o tempo é curto. Não deixe de fazer nada que queira, mas tenha responsabilidade e maturidade para arcar com as consequências destas ações.
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