sábado, 18/05/2024
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Um mês após tragédia da TAM, número de vôos em Congonhas cai 35%

Exato um mês do pior acidente da aviação brasileira, o palco da tragédia do vôo 3054 vive realidade muito distinta dos dias que antecederam o 17 de julho.

Nesses 31 dias, Congonhas teve queda de 35% do número de vôos por dia, opera agora com 68% de sua capacidade e no mês que vem deixará de ser o principal aeroporto do país, segundo a Infraero e a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).

Como conseqüência, os passageiros agora não tem mais que enfrentar longas filas para o check-in ou para aguardar um táxi. O saguão segue movimentado, mas sem o aperto de antes. Os passageiros podem até escolher uma mesa para tomar o cafezinho e não se esbarram com tanta freqüência na banca de jornal.

Com a alteração na malha aérea, Congonhas vai deixar de receber 18 milhões de passageiros por ano e será ponto de passagem para 12 milhões, segundo previsão de Infraero e Anac. Cumbica, por sua vez, deve saltar dos atuais 13,5 milhões/ano para 15 milhões/ano (veja infográfico abaixo).

Leia sobre o atraso nas obras da pista principal de Congonhas e a discussão sobre a capacidade de operação do aeroporto abaixo do infográfico.

A reforma da pista auxiliar já foi concluída e a da pista principal está atrasada. O governo pretende manter a redução, mas sofre pressão das companhias aéreas. Em agosto, o Conselho Nacional de Aviação Civil (Conac) discutiu outras restrições que o governo pretende implantar até outubro.

A principal meta do governo é reduzir o número de passageiros que utilizam o aeroporto. Congonhas recebeu 40.940 pessoas no dia anterior ao desastre e 19.379 em 30 de julho – a Infraero ainda não divulgou o balanço de passageiros de agosto

“Há menos aviões e eles estão saindo com menos passageiros. Houve uma queda de cerca de 25% de receita”, afirma Ronaldo Jenkins, especialista do Sindicato Nacional das Empresas Aéreas (SNEA). “Não tem sentido manter um aeroporto que comporta 48 vôos por hora funcionando com 33. A capacidade de um aeroporto é estabelecida com base na capacidade do pátio, da pista, do controle de tráfego aéreo. Tudo é levado em conta. E a de Congonhas já foi estabelecida: 48. Não tem motivo para operar com menos capacidade com as duas pistas funcionando.”

Limites polêmicos
Para Jenkins, manter o aeroporto operando no limite não representa riscos. “A operação não tem a ver com segurança. O limite de 48 foi estabelecido pensando na segurança. Logicamente, diminuindo o número de vôos, diminui a ocupação do aeroporto, mas não é uma questão de segurança e sim de conforto”, argumenta.

A opinião de Jenkins é contestada por Carlos Camacho, diretor de segurança do Sindicato Nacional dos Aeronautas. Para ele, retomar o número limite de pousos e decolagens representa um aumento de riscos. “Apoiamos a redução. Limitar em 33 o número de pousos e decolagens incrementa a segurança. O tráfego aéreo de São Paulo está sobrecarregado.”

Outra medida polêmica é a possibilidade de a aviação executiva ser direcionada para Jundiaí, no interior de São Paulo. No dia do acidente da TAM, empresários do setor discutiam como convencer o governo a ampliar o número de movimentações para jatinhos. Agora, após a tragédia, a Infraero passou a considerar a possibilidade de limitar o uso de Congonhas para a aviação comercial. A localização do aeroporto é considerada estratégica para aviação geral, cujo público-alvo são executivos com pouco tempo e muito dinheiro.

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Parmenas Alt
Parmenas Alt
A estrada é longa e o tempo é curto. Não deixe de fazer nada que queira, mas tenha responsabilidade e maturidade para arcar com as consequências destas ações.
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