terça-feira, 14/05/2024
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Afeganistão encerra eleições marcadas por ataques e baixo comparecimento no sul

As urnas do Afeganistão foram fechadas às 17h (9h30 no horário de Brasília), após um dia de votação marcado por dezenas de ataques do grupo islâmico radical Taleban e comparecimento baixo –principalmente no sul do pais, um dos redutos dos insurgentes.

Os centros de votação continuam recebendo os votos dos eleitores que ainda estavam na fila, apesar do horário de votação ter sido estendido em uma hora –um gesto visto por alguns como medida para reverter o baixo comparecimento.

Dezenas de ataques marcaram o dia de votação em todo o país, mas observadores destacam que nenhum incidente de grande porte foi registrado –apesar das duras ameaças do grupo islâmico radical Taleban de realizar uma onda de violência no país e dos atentados, nos dias anteriores, que deixaram dezenas de mortos.

A principal incógnita e fonte de inquietação das autoridades está relacionada agora ao índice de participação, que pode ser bastante inferior aos cerca de 70% da primeira eleição presidencial do país, em 2004. Cerca de 15 milhões de afegãos estavam registrados para votar em mais de 7.000 seções eleitorais, em um pleito realizado sob forte esquema de proteção, com 300 mil policiais e soldados estrangeiros.

Relatos de testemunhas sugerem que o comparecimento foi desigual no país, com maior comparecimento no relativamente pacífico norte e filas menores no sul.

Um oficial eleitoral em Candahar, a segunda maior cidade do sul do país e local de “nascimento” do Taleban, afirmou que o comparecimento está em 40%. Ele pediu para não ser identificado por não estar autorizado a divulgar os dados.

Os insurgentes improvisaram bloqueios em estradas para alertar eleitores a não votar. Segundo o jornal “The New York Times”, os talebans enforcaram duas pessoas em Candahar porque seus dedos estavam marcados com a tinta que identifica os eleitores.

Jornalistas da agência Associated Press relatam ainda comparecimento baixo na capital Cabul, comparada com as longas filas vistas em 2004. A cidade foi alvo nos últimos cinco dias de três grandes ataques do Taleban, que incluíram prédios do Ministério.

Na Islândia, o secretário-geral da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), Anders Fogh Rasmussen, afirmou que as eleições no Afeganistão foram “encorajadoras” para a evolução do país.

“Os primeiros relatórios são encorajadores. Houve mais locais de votação abertos que o esperado”, comemorou o chefe da Aliança Atlântica e ex-premiê da Dinamarca.

Os ataques registrados nesta quinta-feira deixaram ao menos dois mortos.

A agência de notícias Efe afirma que ao menos 26 pessoas morreram, a maioria supostos insurgentes. A agência cita um ataque violento no distrito de Jadeed, situado na Província de Baghlan, onde um grupo de insurgentes atacou um posto das forças de segurança, matando um chefe policial e deixando outros dois agentes feridos.

O porta-voz da Polícia provincial, Jawid Basharat, explicou à Agência Efe que as forças afegãs responderam ao ataque e mataram 21 supostos talebans, deixando outros 22 feridos.

O porta-voz taleban Zabiullah Mujahid disse, em comunicado, que os insurgentes atacaram durante o dia pelo menos 16 colégios eleitorais, o que não foi confirmado pelas autoridades.

Presidente

O presidente Hamid Karzai é o grande favorito para a reeleição entre os pashtu, majoritários no sul do Afeganistão e que também constitui a esmagadora maioria dos talebans.

O principal candidato opositor, o ex-chanceler Abdulla Abdullah, filho de pai pashtu e mãe tadjique, deve receber muitos votos nas regiões tadjiques do norte, onde a segurança é maior e, por isso, o comparecimento às urnas pode ser alto. O ex-ministro de Karzai, um oftalmologista cuja campanha é baseada no combate à corrupção governamental, foi um membro da aliança ocidental que derrubou o Taleban em 2001 e possivelmente manteria laços estreitos com o Ocidente.

Há o receio de que os seguidores de Abdullah possam alegar fraude e tomar as ruas se Karzai vencer em primeiro turno sem que haja um grande comparecimento às urnas no sul.

Karzai, que ocupou o poder desde que o Taleban foi afastado, aparece como favorito para ficar em primeiro lugar entre os 36 candidatos oficiais à Presidência, embora a recente emergência de Abdullah possa forçar um segundo turno, se o presidente não conseguir mais de 50% dos votos. Os resultados preliminares devem ser anunciados no próximo sábado.

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Parmenas Alt
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