quarta-feira, 15/05/2024
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Apesar de expulsão, Zidane conquista a Bola de Ouro

A agressão em Materazzi e a perda do título deveriam ter tirado de Zinedine Zidane o prêmio de melhor jogador da Copa. Não foi, no entanto, o que ocorreu. O astro francês, mesmo tendo escorregado feio na final, ficou com a honra de craque do Mundial da Alemanha, informou a Fifa nesta segunda-feira, em Berlim, dia seguinte à vitória da Itália sobre a França, na decisão por pênaltis. Pela primeira vez, o francês conquista a Bola de Ouro do evento.

O craque de 34 anos viveu nesta segunda-feira seu primeiro dia como aposentado. Um dos dias mais tristes dos últimos anos, disse a amigos. Até agora não se conforma com o que fez no início do segundo tempo da prorrogação, quando deu uma cabeçada no peito do italiano Materrazzi, após ter sido ofendido pelo adversário. Acredita que, se estivesse em campo, poderia ter ajudado a mudar a história da competição.

Nem o prêmio o animou. Até ele disse ter sido injusta a escolha como número 1 do torneio. As injustiças na definição do ganhador da Bola de Ouro são comuns em Mundiais. E há explicação para isso. A decisão é feita por jornalistas credenciados. E a maioria vota antes do início da finalíssima, pois o prazo se encerra horas depois do fim do jogo. Por isso, muitas vezes, não é levado em conta o desempenho dos atletas na partida mais importante da disputa.

Em 2002, por exemplo, Oliver Kahn ficou com a honra. O goleiro alemão, contudo, falhou na final contra o Brasil e foi um dos principais responsáveis pela derrota de sua equipe. Ronaldo fez dois gols no confronto em Yokohoma, terminou o Mundial como artilheiro, mas não foi premiado com a Bola de Ouro.

Em 98, nova injustiça. E o beneficiado foi Ronaldo. O atacante brasileiro jogou muito mal na decisão, contra a França, e não foi capaz de evitar o fácil triunfo do adversário por 3 a 0, em Paris. Mas foi escolhido o número 1. Zidane, que havia brilhado com dois gols de cabeça e ótima atuação, acabou preterido. A última eleição realmente justa foi a de 94, quando Romário levou o troféu para casa, depois de ter se destacado na conquista do tetracampeonato.

Zidane acumulou um total de 2.012 pontos e ficou pouco à frente do zagueiro italiano Fábio Cannavaro, com 1.977. O terceiro foi o meio-campista Andrea Pirlo, também da campeã Itália, com 715 pontos. O fato de ser astro internacional, conhecido mundialmente, também ajudou bastante o meia francês. E os outros grandes nomes do evento não brilharam: Ronaldinho Gaúcho foi muito mal, Riquelme e Messi pouco fizeram e Totti não jogou nada. Cannavaro, embora seja ótimo jogador, é defensor, não tem tanta fama e raramente faz gols – fator importante na escolha final.

O bicampeonato da França seria o fim perfeito para sua brilhante trajetória no futebol. Pessoas próximas dizem que Zidane não esquecerá o 9 de julho de 2006 tão cedo. De acordo com eles, o craque costuma carregar esse tipo de sofrimento por bastante tempo. Boa parte dos franceses o isentou de culpa, como o presidente Jacques Chirac e o técnico do time, Raymond Domenech. A mídia, porém, não o poupou de críticas e o elegeu como um dos grandes culpados pela derrota na final.

O L’Équipe, por exemplo, estampou como manchete “Zidane, imcompreensível”. O Guardian, da Inglaterra, noticiou que Materazzi o teria chamado de “terrorista”, provocando, assim, sua intempestiva reação.

Confira os vencedores da Bola de Ouro
1982 – Paolo Rossi (Itália)
1986 – Diego Maradona (Argentina)
1990 – Salvatore Schillaci (Itália)
1994 – Romário (Brasil)
1998 – Ronaldo (Brasil)
2002 – Oliver Kahn (Alemanha)
2006 – Zinedine Zidane (França)

Prêmio para Buffon
Além da conquista do tetracampeonato mundial com a Itália, o goleiro Gianluigi Buffon recebeu da Fifa o Prêmio Yashin, entregue para o melhor Goleiro da Copa. Buffon, que levou apenas dois gols no torneio e se manteve invicto durante 460 minutos – a segunda maior marca de todos os tempos – foi escolhido pelo Grupo de Estudos Técnicos da Fifa.

A seleção portuguesa também levou prêmios. Quarta classificada no mundial, ela recebeu o prêmio da equipe de jogo mais atrativo. A escolha foi feita por uma pesquisa no site oficial da Copa do Mundo.

A Fifa também confirmou o alemão Miroslav Klose, autor de cinco gols, como o dono da Chuteira de Ouro, na frente do argentino Hernán Crespo e do brasileiro Ronaldo, que com três gols obtiveram as chuteras de Prata e Bronze, respectivamente.

Para o desempate entre os vários jogadores que tinham alcançado três gols, a Fifa levou em conta as assistências. Como a igualdade continuava no caso de Crespo e Ronaldo, a média foi feita de acordo com os minutos jogados.

Na escolha do gol mais bonito a festa foi argentina. O gol escolhido foi o de voleio marcado pelo argentino Maxi Rodríguez contra o México, nas oitavas-de-final. O segundo da lista é o marcado pelo volante Esteban Cambiasso contra Sérvia e Montenegro. A festa é completa com o gol do corintiano Carlos Tévez, também contra Sérvia e Montenegro.

O sistema de avaliação foi pelo site da Fifa. Cada gol recebeu pontuação de 0 a 5 estrelas.

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Parmenas Alt
Parmenas Alt
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