quinta-feira, 16/05/2024
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Brasil entra em desaceleração econômica, diz OCDE

Acompanhando a tendência mundial, o Brasil agora também está em desaceleração econômica, afirma relatório da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgado nesta sexta-feira. O estudo é realizado mensalmente e na última versão, publicada em janeiro e relativa a novembro, o Brasil tinha surpreendido por ser o único, entre os 35 países analisados, a não apresentar o status de contração no ciclo de crescimento econômico.

Na época, o Brasil encontrava-se em desaquecimento, o que significa parar de crescer. Para a OCDE, agora o País está em desaceleração econômica – quando a atividade não apenas pára, mas decresce.

Para o economista-chefe para a América Latina da organização, Jeff Dayton-Johnson, a má notícia já era aguardada. “Essa crise é tão grave e afeta tão globalmente as economias, mesmo as fortes, que seria um verdadeiro milagre se o Brasil ficasse imune”, disse ele.

“Os resultados estavam positivos até agora, mas infelizmente chegou a hora de todos começarem a sentir cada vez mais os efeitos desta crise”, completou, ressaltando que a performance brasileira é importante face ao problema, mas não é definitiva. “A dependência externa ainda é um fator que influencia muito nas economias latinas”, explicou Johnson.

Os índices anunciados pela OCDE nesta sexta – resultado dos dados coletados em dezembro – apontam que a desaceleração da economia mundial é a maior desde 1970, quando ocorreu a crise do petróleo. “Os indicadores compostos avançados da OCDE baixam a um nível jamais alcançado desde os anos 70”, alerta estudo, já em seu título. À exceção do Brasil, todos os demais países encontram-se em “forte desaceleração”, enquanto que a classificação dos brasileiros ficou como em “desaceleração”.

O relatório também analisa as perspectivas de crescimento econômico para os próximos seis meses e destaca que agora é a vez das “grandes economias não-membros da OCDE”, como é o caso do Brasil, “fazerem face a fortes desacelerações”. As perspectivas de crescimento para as sete principais economias – Estados Unidos, Reino Unido, Japão, França, Alemanha, Canadá e Itália, no entando, não cessam de diminuir, aponta a entidade.

“Os indicadores compostos avançados para a zona OCDE diminuiu 1,1 ponto em dezembro de 2008 e é inferior em 8,2 pontos em relação ao seu nível observado em 2007”, diz o estudo. A Alemanha e os Estados Unidos são os países que mais assustam a organização, com decréscimo de 1,6 ponto de novembro a dezembro e de 11,8 pontos em relação a 2007, no caso dos alemães, e diminuição de 1,4 pontos de um mês para o outro e de 9,5 pontos sobre o ano anterior, para os americanos.

O Brasil figura em uma situação um pouco menos desconfortável, embora tenha entrado oficialmente em desaceleração – como previam analistas da organização em análise exclusiva para o Terra quando da divulgação do relatório anterior. Os dados brasileiros apontam retração de 1,8 ponto, em relação ao estudo publicado em janeiro, e 5,4 pontos em comparação ao um ano antes.

Em relação a outros países emergentes analisados, a China e a Rússia se mostram em situação mais delicada, chegando a diminuir respectivamente em 14 e 17 pontos as suas atividades econômicas em relação a 2007.

Entenda o estudo
O relatório de indicadores compostos avançados mostra um retrato da atividade econômica de um determinado país e qual a sua tendência para os seis meses seguintes. A avaliação dos números e gráficos possibilita enquadrar a economia em expansão, desaquecimento (parar de crescer), desaceleração (diminuir o crescimento) ou retomada da atividade.

Os indicadores são baseados nas variações da atividade em torno de uma linha de 100 pontos. Estão em expansão ou desaquecimento as economias que se movimentam com números acima de 100, e em desaceleração e retomada os que se encontram abaixo de 100.

No caso do gráfico brasileiro, a linha dos indicadores compostos recém ultrapassou, para baixo, a marca dos 100 pontos, enquanto que na maioria dos demais países essa linha encontra-se em queda acentuada, demostrando a tendência de forte desaceleração para os próximos seis meses.

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Parmenas Alt
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