sábado, 18/05/2024
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Ciclone “Nargis” deixa 4.000 mortos e 3.000 desaparecidos em Mianmá

Informações anteriores estimavam um total de 350 mortos e mais de 70 mil de desalojados após a passagem do ciclone tropical Nargis no último sábado. As autoridades declararam o estado de emergência nas regiões de Yangun, Irrawaddy e Pegu, e nos Estados de Karen e Mon.

Os fortes ventos, de até 190 km/h e seqüências de 240km/h, provocaram vários danos materiais e aldeias totalmente isoladas nas povoações do delta do rio Irrawaddy, informaram hoje os meios oficiais do regime birmanês.

Os meteorologistas anunciaram que o ciclone gerará ondas gigantes de quase quatro metros de altura.

As autoridades e as organizações de ajuda humanitária trabalham contra o tempo para levar material de emergência às vítimas, embora seja praticamente impossível chegar às zonas mais remotas e a maioria de linhas telefônicas não funciona.

A cidade de Yangun registrou a queda de vários prédios e moradores citados pela “Mizzima” disseram que ruas estão desertas e vários outros danos podem ser observados em quase todas as partes.

O estado de emergência foi declarado uma semana antes da realização, no dia 10 de maio, de um plebiscito para aprovar o texto constitucional redigido pelo regime militar sem contar com o apoio da oposição democrática.

Remoção dos escombros

A população da região tenta com seus próprios e pouco meios empreender tarefas de remoção de escombros e reparação de danos, ajudando o Exército e as instituições estatais birmanesas.

Em Yangun não são vistos soldados nas ruas para ajudar os cinco milhões de habitantes que, desde sábado passado, não tem água corrente e nem eletricidade, e que enfrentam sérias dificuldades para ter acesso a alimentos básicos. Pelas calçadas há um constante tráfego de pessoas que vão de um lugar a outro com baldes em busca de água.

“Ninguém está nos ajudando, absolutamente ninguém”, se queixa um birmanês chamado Thaing, enquanto tenta cortar com uma serra um enorme tronco de árvore que impede o acesso a sua loja. Não muito longe, um grupo de soldados vestidos com seu uniforme cor verde oliva retiram escombros do quartel, enquanto outros, aparentemente oficiais, se protegem do sol forte sentados debaixo de caminhões militares.

Yangun parece ter acabado de passar por uma batalha. Milhares de árvores derrubadas pelos fortes ventos que chegaram a uma velocidade de 190 km/h atrapalham o tráfego nas ruas, repletas de pedaços de telhados que voaram da casa. “Esta madeira é boa para lenha”, explica um jovem que, com ajuda de outros dois, corta em pedaços algumas das árvores.

As filas de automóveis que aguardavam para reabastecer nas estações de serviços eram intermináveis e contribuíam ainda mais para um enorme engarrafamento na cidade.

O aeroporto internacional de Yangun, fechado desde sábado passado por causa de danos em seu sistema de sinalização, foi reaberto hoje ao tráfego aéreo, o que permitiu a chegada do primeiro avião vindo de Bangcoc, a capital da Tailândia.

“Por causa da falta de abastecimento elétrico, funcionamos a base de um gerador, mas só ficaremos em atividade de cinco a seis hora por dia”, disse o chefe de um estabelecimento de Yangun.

A Cruz Vermelha começou a distribuir auxílios básicos para os desabrigados, como plásticos para cobrir telhados, pastilhas de purificação de água, além de cobertores e roupas. Até agora, informações indicam que a região mais atingida pelo “Nargis” foi o delta do rio Irrawady, onde 223 morreram.

Na pequena ilha de pescadores de Haing Gyi, soldados e equipes de voluntários civis encontraram outras 109 pessoas mortas. Em Day Da Ye, uma aldeia a cerca de 64 quilômetros ao sudoeste de Yangun, dezenas de corpos seguem abandonados pelas ruas da região.

A Organização Mundial da Saúde, a Unicef e outras agências das Nações Unidas se reuniram hoje em Bangcoc para examinar a situação e coordenar um plano de ação que incluirá reabrir as estradas bloqueadas, para facilitar o acesso às áreas necessitadas. Os cortes nas linhas telefônicas e a ausência de internet, que só deve voltar a funcionar em três dias, também dificultam os trabalhos.

Apesar dos grandes danos, a Junta Militar declarou hoje que mantém seus planos de realizar, no próximo sábado, o plebiscito sobre a minuta constitucional no qual trabalhou desde 1993, sem consultar a oposição democrática.

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Parmenas Alt
Parmenas Alt
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