segunda-feira, 13/05/2024
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Cuiabá está entre as Capitais com maior índice de excesso de peso

Uma recente pesquisa do Ministério da Saúde revela que a maioria dos brasileiros está acima do peso, o que corresponde a 44% das mulheres e 42% dos homens. A mesma pesquisa aponta Cuiabá como uma das Capitais com maior índice de excesso de peso do país, ficando atrás somente de cidades como Rio de Janeiro e Porto Alegre. Na opinião do gastroenterologista do Hospital Santa Rosa, Benedito Borges de Almeida Filho, a obesidade afeta a Capital mato-grossense principalmente devido ao clima. “Cuiabá é uma cidade extremamente quente, fator que leva a um maior consumo de refrigerantes e bebidas alcoólicas. Sem contar com a inatividade física, já que no calor as pessoas ficam mais indispostas”, justifica.

Em 1997, a Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu a obesidade como uma doença crônica, não transmissível e de caráter nutricional. Duas causas básicas podem levar a obesidade: sedentarismo e a mudança radical da alimentação com o consumo exagerado de alimentos ricos em açúcar. “Para se ter uma idéia, no início do Século XX cada brasileiro consumia em média dois quilos de açúcar por ano. Hoje, são consumidos 48 quilos por pessoa/ano. De lá pra cá também aumentou o consumo de carboidratos, em conseqüência do desenvolvimento do mercado de fast-food. Um sanduíche e seus acompanhamentos têm em média 170 gramas de carboidratos e 30 gramas de gordura”, comparou o especialista.

O médico chama também a atenção para os valores nutricionais equivocados sobre alguns alimentos. “É importante deixar claro que o que engorda são os carboidratos. Gordura nenhuma engorda. As mais saudáveis são a banha de porco caipira, azeite de oliva, manteiga e azeite de dendê. Quando se consome um alimento rico em gordura e proteína, como a picanha e o caldo de mocotó, o organismo estimula a produção de um hormônio chamado Glucagon, que queima gordura. Já quando se consome caldo de cana, altamente rico em açúcar, estimula-se à produção de um hormônio chamado insulina, que transforma açúcar em gordura”, explica Benedito.

O obeso é classificado de acordo com seu Índice de Massa Corporal (IMC). Quando o IMC é maior ou igual a 30 já se considera acima do peso. A partir daí, a obesidade pode desencadear uma série de doenças como hipertensão arterial, diabetes, ovários policísticos, câncer de mama e de colo, além de disfunções osteomusculares.

O tratamento irá depender do grau da obesidade. Em casos de obesidade leve e moderada é recomendado um tratamento clínico com acompanhamento de um endocrinologista, nutricionista e uma orientação esportiva. No caso de obesidade mórbida, cujo IMC é maior ou igual a 40, a indicação é cirúrgica. “Claro que isso acontecerá desde que o paciente esteja disposto a mudar sua rotina após a cirurgia. O Hospital Santa Rosa realiza em média 120 cirurgias de obesidade por ano”, destacou o médico.

OBESIDADE INFANTIL – Para Benedito Borges, a obesidade infantil se deve a uma “culpa inconsciente” dos pais, que não controlam o alto consumo de refrigerantes e farináceos (torradas, biscoito, bolachas recheadas) por parte dos pequenos. “O filho consome o que o pai compra, o que tem à disposição em casa. Por isso, o mais importante é a disciplina que deve partir dos pais, evitando a compra constante desses alimentos e o incentivo ao consumo. Dados revelam um aumento também no consumo de alimentos preparados entre as crianças, como os macarrões instantâneos, que são puros carboidratos”, ressaltou.

CURIOSIDADES

– Em 1987 o consumo de frutas no Brasil era de 48 quilos por habitante ao ano. Hoje caiu para 24,5 quilos.

– O brasileiro consome em média 140 litros de líquido anualmente, sendo 54,2% de refrigerantes, 39,4% de cerveja, 5,3% de água e 1% de vinho.

– Uma alimentação saudável implica no consumo diário de castanhas (castanhas do Pará e de caju, e nozes), frutas (no máximo duas por dia para quem não pratica atividade física), verduras e legumes à vontade, carne, leite e derivados, além de quantidade moderada de massas.

– O Brasil consome em média 650 gramas de carboidratos por dia, sendo que o ideal é 200 gramas para quem não pratica exercício.

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Parmenas Alt
Parmenas Alt
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