quinta-feira, 23/05/2024
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Desiludidos, parlamentares desistem da disputa pela reeleição

A eleição de outubro vai renovar cadeiras de deputados e senadores, escolher novas caras, mas também vai retirar figurinhas carimbadas dos corredores do Congresso. Parlamentares desiludidos com a política brasileira desistiram de disputar a reeleição neste ano alegando que o sistema político brasileiro carece de uma ampla reforma e se queixam, principalmente, dos custos das candidaturas.

Estes políticos alegam que os recursos financeiros são responsáveis cada vez mais pelo sucesso de uma campanha. Dados do Diap ( Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar) mostram que o custo de uma campanha para a Câmara, por exemplo, não sai por menos de R$ 500 mil em 2010.

“A família e os amigos pedem para aqueles que têm uma vida organizada não se submeterem de novo a esse desgaste de vida de deputado, muitas vezes associados aos escândalos da política brasileira”, disse ao iG Antônio Augusto de Queiroz, diretor do Diap.

O secretário-geral do PT, o deputado federal José Eduardo Cardozo (SP) , disse que se desanimou porque os apoios eleitorais não são obtidos pelo convencimento político das ideias, pelo programa ou pela própria atuação do candidato proporcional, “mas quase sempre pelo quanto de “estrutura” financeira ele pode distribui”.

Cardozo explica que gosta de sua atuação na Casa, mas que o sistema é “perverso demais” e, por isso, “não sente felicidade em continuar”. Entre os constrangimentos, o deputado lembra que foi recentemente acusado por um jornalista de defender interesses de doadores de campanha em um projeto que apresentou na Câmara dos Deputados.

No quarto mandato, o autor da polêmica emenda que leva o seu nome, o deputado Ibsen Pinheiro (PMDB-RS), também está fora das eleições deste ano. Ibsen não está cansado de ser deputado, mas desistiu de barganhar doações para suas campanhas. Ibsen ganhou os holofotes após a Câmara aprovar emenda que redistribui os royalties do petróleo e impõe perdas de até R$ 7 bilhões ao Rio. “É como se cada candidato fosse um partido, que precisa arrecadar tudo aquilo de doações, eu cansei”, lamentou.

Vão voltar para casa também o senador Sérgio Zambiasi (PTB-RS) e os deputados Roberto Magalhães (DEM-PE) e Fernando Coruja (PPS-SC). “Não cansei da política. O que acontece é que nossa atividade está um pouco inútil”, disse Coruja, que vai exercer medicina no Estado.

U.Seg
Andréia Sadi, iG Brasília

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Parmenas Alt
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