segunda-feira, 13/05/2024
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Éder, que é um arquivo vivo, teme virar arquivo morto

Em entrevista há pouco ao programa Chamada Geral (Mega FM 95), o ex-secretário da Casa Civil, Fazenda e Copa, Éder Moraes Dias, revelou que teme ser assassinado a qualquer momento por ter ocupado nos últimos 12 anos cargos estratégicos no Governo de Mato Grosso. “Sei que corro risco de vida porque muitos estão incomodados com que tenho dito, mas quem me conhece sabe da minha vontade e determinação e desafios”, disse.

Éder Moraes teve na manhã de ontem a casa no condomínio Florais dos Lagos, em Cuiabá, invadida por agentes da Polícia em cumprimento de mandado de busca e apreensão expedidos pela Justiça Federal em Mato Grosso. Além dele, outros 23 locais foram ocupados pela PF em Mato Grosso, Goiás, Distrito Federal e São Paulo.

“Respeito o trabalho da Polícia Federal e Justiça Federal e, como fui secretário por 12 anos, muito daquilo que aconteceu em Mato Grosso passou por minhas mãos”, considerou, ao garantir estar “tranquilo por tenho a consciência de que não fez nada de errado” e cumpriu somente ordens dadas pelo ex-governador e atual senador Blairo Maggi (PR) e o atual governador Silval Barbosa (PMDB) fazendo com base em leis, decretos e programas de governo.

Segundo Éder Moraes, não existe a “conversa fiada de que estaria fazendo ameaças veladas” aos dois líderes políticos. “Não tenho rebo preso de ninguém, mas o que houve foi uma gestão compartilhada em que o subordinado cumpre ordens dos chefes”, explicou.

Durante a entrevista ao radialista Lino Rossi, o ex-secretário e atual presidente do Mixto ameaçou até mesmo fazer uma delação premiada ao Ministério Público Federal. “Já aviso: não vou me furtar de dizer que não irei me furtar de dizer a verdade para qualquer sistema de investigação”, avisou.

PRECONCEITO SULISTA

O executivo, que hoje é também apresentador de televisão e rádio, refutou os comentários de que tivesse se tornado um milionário após ter ocupado cargos estratégicos no palácio Paiaguás. “Não estou rico e meu patrimônio está declarado. O Éder não nasceu hoje e tenho uma história no mercado financeiro como diretor de banco”, explicou.

O executivo garantiu ainda que não possui fortuna na mão de outras pessoas, como por exemplo o empresário Valdir Agostinho Piran, que também foi alvo da Polícia Federal. “Se eu ter algum real na mão de alguém, quero publicamente pedir que ela me devolva”, disse, ao negar que qualquer cheque ou nota promissória tenha sido apreendida em sua casa, já que a PF localizou R$ 126 milhões em documentos assinados por diversas autoridades públicas de Mato Grosso.

Éder Moraes afirmou ser vítima de preconceito por ser um cuiabano que conseguiu visibilidade num momento em que lideranças políticas com origem no Sul do país comandam a política regional. “Nós cuiabanos acordamos cedo para ralar a bunda no caco de vidro enquanto os forasteiros que vem do Sul detonam os cofres públicos e tudo fica por isso mesmo. Isso é uma perseguição bairrista”, salientou.

Pré-candidato a deputado estadual pelo PMDB, Éder Moraes Dias revelou ter recebido centenas de manifestações populares de apoio após a operação. “Minha caixa de email está cheia, mas Blairo Silval deveriam ter a ombridade de ao menos ligar e perguntar se eu estava precisando de algo. Não é assim que se trata companheiros e lembre-se que eu cuidei do caixa dos dois”, disse em tom de mágoa.

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OPERAÇÃO ARARATTH

Eder Moraes faz chantagem velada a Silva e Blairo Maggi

Marcos Lemos, especial para o Gazeta Digital

 

 

CHICO FERREIRA



Senador Blairo Maggi e o governador Silval Barbosa

Tido e reconhecido como polêmico e sem travas na língua, o que aguça o mun­do político principalmente em ano eleitoral, o ex-secre­tário nos Governos BlairoMaggi (PR) – 2003 a 2010 eSilval Barbosa (PMDB), Eder Moraes, fez uma chan­tagem velada ao senador e ao atual chefe do Executi­vo, depois de ter sido alvo da quarta etapa da Opera­ção Ararath, desencadeada ontem (19) pela Polícia Fe­deral.

Cobrando solidariedade de ambos, Eder disparou a seguinte declaração: “se não forem solidários comi­go, que respondam pela ig­norância e pela indelicade­za. Se é na base do salve-se quem puder, então vamos lá… Não tem, problema”, Eder assegurou estar cha­teado por passar pelo cons­trangimento de ter sua resi­dência e seus negócios in­vestigados e documentos e computadores apreendidos pela Polícia Federal nas primeiras horas do dia de ontem em um novo episódio da Operação Ararath, que se arrasta desde outubro passado.

“Nenhum telefonema de solidariedade por parte do governador Silval Barbosa e do senador Blairo Maggi,

aos quais servi durante 12 anos. Isto chateia”, reclamou o ex-secretário e apre­sentador de televisão, que

nos últimos dias se colocou como pré-candidato a uma vaga de deputado estadual e chegou a fazer ilações de que estariam tentando pre­ judicá-lo na sua nova em­ preitada político-partidária.

Sempre cobrando solida­riedade e companheirismo,Eder Moraes em determinado momento em que alardeava não ter nada a temer,tanto que foi a sede da Polícia Federal espontanea­mente e sem advogado, admitiu ter extrapolado nas suas declarações, principal­mente quando perguntado se estava mandando recado para aqueles de quem co­brava solidariedade. “Ninguém me ligou para saber se eu estava bem, ou precisava de algo ou de advoga­do”, retrucou o ex-secretá­rio de Fazenda, da Casa Ci­vil e da Secopa.

Marcus Vaillant



Eder Moraes

Menos irritado, Eder admi­tiu ter realizado um negócio envolvendo um posto de ga­solina, o Santa Carmen,com o empresário Júnior Mendonça, de quem alega ser amigo pessoal. “Era um fundo de comércio, uma es­pécie de concessão, onde não houve transação financeira, apenas o repasse do passivo”.

Convicto de que não deve nada, o ex-secretário se co­locou a disposição da polícia.“Não vou me esconder. Vou enfrentar. Não devonada e não tenho o que te­mer. Na verdade que tem que ter dor de barriga com

essa operação não sou eu”,disse, mais uma vez em tom de ameaça.

As assessorias de imprensa do governador Silval Barbosa (PMDB) e do senador Blairo Maggi (PR) informaram que ambos não iriam se manifestar a respeito das declarações do ex-secretá­rio, em que pese os comen­tários nos meios políticos de que as declarações afetam a imagem de ambos os polí­ticos.

 

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OPERAÇÃO ARARATH

 

PF acha R$ 126 milhões em cheques e notas promissórias nesta quarta

A maioria dos documentos foram achados em factorings de Piran, Mendonça, Agostini e Braga

RAFAEL COSTA

FOLHA MAX

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Uma quantia de R$ 126 milhões em notas promissórias e cheques foi apreendida pela Polícia Federal nesta quarta fase da Operação Ararath, deflagrada na manhã desta quarta-feira (19). No total, foram cumpridos 17 mandados de busca e apreensão em Mato Grosso.

A investigação da PF apura esquema criminoso contra o sistema financeiro nacional, lavagem de dinheiro, tráfico internacional de drogas e comércio de sentenças judiciais. A busca e apreensão ainda foi cumprida em outros 24 locais, incluindo aí empresas do Distrito Federal, Goiás e São Paulo.

A PF cumpriu mandado de busca e apreensão na residência do ex-secretário de Estado de Fazenda, Eder Moraes, considerado homem forte do governo do Estado nas gestões de Blairo Maggi e Silval Barbosa, ocupando outros cargos estratégicos como secretário chefe da Casa Civil, presidente da extinta autarquia Agecopa e secretaria da Copa do Mundo. Conforme o FOLHAMAX divulgou em primeira mão ainda foram alvos de busca e apreensão a empresa Concremax, do empresário Jorge Pires, bem como empresas de Valdir Piran, outro renomado empresário de Mato Grosso.

Dados dos relatórios sigilosos da Polícia Federal citam que os locais invadidos pela PF teriam feitos negociações milionárias com empresas ligadas ao empresário Gércio Marcelino Mendonça Júnior, o “Júnior Mendonça”, dono da rede de postos Amazônia e Globo Fomento Mercantil. Além de negociar operações financeiras com “Júnior Mendonça”, o empresário Valdir Piran é flagrado em grampos sendo convidado pelo bacharel de Direito, Tiago Dorileo, para um jantar na casa do juiz federal, Julier Sebastião da Silva, que pretende disputar o governo de Mato Grosso neste ano.

De acordo com a Polícia Federal, a maioria dos cheques e promissórias apreendidas foram em empresas de factoring de Fernando Mendonça, Eder Agostini, Sérgio Braga de Campos e Valdir Agostinho Piran. Além deles, a PF ocupou empresas e casas de citados.

ARARATH

Dividida em 4 fases, a Operação Ararath da Polícia Federal já atingiu autoridades como o juiz federal Julier Sebastião da Silva, alvo de mandado de busca e apreensão em seu gabinete e residência. No entanto, todo material apreendido foi liberado pelo TRF (Tribunal Regional Federal) da 1ª Região. O advogado Gean Castrillon, que presidia o Detran (Departamento Estadual de Trânsito), pediu demissão do cargo após ser encontrada volumosas quantias de dinheiro em sua residência aparentemente sem origem.

A primeira fase da operação foi realizada em novembro do ano passado para apurar a ocorrência de crimes contra o sistema financeiro. Os investigados usavam factorings como fachadas para fazer empréstimos a pessoas físicas e jurídicas. A base do esquema era uma firma com sede em Várzea Grande que fechou as portas em 2012. Na ocasião, foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão.

Entretanto, as empresas não tinham autorização do Banco Central para a concessão de empréstimos e nem para exigir garantias e exercer qualquer atividade de institutição financeira. O dinheiro era movimentado nas contas das factorings e de outras empresas dos integrantes do esquema, entre elas de uma rede de postos de combustíveis de Cuiabá. Em seis anos, foram movimentados mais de R$ 500 milhões, conforme a polícia.

Durante uma das fases da operação, também foram apreendidos documentos na residência do juiz da Primeira Vara Federal de Mato Grosso Julier Sebastião da Silva. No entanto, a Justiça já determinou a devolução dos objetos apreendidos.

 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Claudio Moraes
Página do E
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Parmenas Alt
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