quinta-feira, 06/06/2024
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Entidade quer fazer do Brasil um polo global de negócios

Hoje, os agentes produtores ou financeiros de Lima, Bogotá ou Santiago, por exemplo, negociam diretamente com Nova York ou Londres. Os de São Paulo e Rio de Janeiro também. O plano é que, com a criação do polo, as operações possam ser feitas com qualquer outro polo do mundo, concentrando-as no Brasil.

Inicialmente, a Brain é integrada pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima), Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros (BM&FBovespa) e Federação Brasileira dos Bancos (Febraban). Paulo de Souza Oliveira, recém-nomeado diretor-geral da entidade, no entanto, afirma que há várias entidades já agregadas, como a Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomércio), além das Federações das Indústrias de São Paulo (Fiesp) e do Rio de Janeiro (Firjan).

“Cada associado deve contribuir com R$ 1 milhão por ano durante três anos, no mínimo, para viabilizarmos a entidade”, afirma Oliveira. Segundo ele, diversas instituições financeiras também participam da Brain, como os bancos Santander, Itaú Unibanco, BTG, HSBC Brasil, Votorantim, Banco do Brasil, Bradesco, Citibank e Cetip. “Além de 12 associados que contribuem com R$ 1 milhão, haverá as categorias B e C, que aportarão valores menores.”

Marcelo Giufrida, presidente da Anbima, disse que o Brasil pode e tem condições de se tornar um centro global de negócios. “Podemos ser um centro de negócios na América Latina. Podemos ser e já somos um centro de concentração de sedes de multinacionais que atuam na América Latina”, disse, lembrando que o projeto é de longo prazo e depende de ações do setor público.

Tratativas com vizinhos

Segundo Oliveira, já estão em andamento negociações com os reguladores dos mercados financeiros do Chile, Argentina, México e Peru, além das bolsas locais e dos bancos, como forma de tornar regras e regulamentos homogêneos. “Temos de integrar o desenvolvimento de produtos e a ligação entre os mercados.”

Para Edemir Pinto, diretor-presidente da BM&FBovespa, a associação funcionará como um “catalisador multissetorial”. “A visão do Brasil, do ponto de vista do mercado de capitais, tem tudo para ser internacional”, disse ele. “Temos visto os esforços do governo de tornar algumas empresas globais”, o que vai ao encontro do projeto da Brain. Edemir afirmou que, para a BM&FBovespa, o projeto é tornar-se um portal de negócios na América Latina, elevando o número de empresas latinas e brasileiras com ações negociadas, novas aberturas de mercado e segundas ofertas de papéis, “inclusive com a abertura de capital de múltis que atuam na região, que muitas vezes têm maior faturamento no mercado local que em seus países de origem. O objetivo da entidade é buscar o acesso de capital ao menor custo”.

Fabio Barbosa, presidente da Febraban e do banco Santander, lembrou que outros centros de negócios, como Londres e Paris, têm uma entidade ou empresa para cuidar da viabilização do polo. Ele disse que várias iniciativas podem ser agregadas às ações da entidade, como os investimentos que estão sendo feitos no País em infraestrutura e telecomunicações para atender as necessidades da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016. “Foram mapeados 80 projetos que devem ser tocados pela entidade.”

Para viabilizar o polo internacional, são necessárias uma série de ações que envolvem o governo nas três esferas. Segundo Edemir, não serão discutidas com o governo questões conjunturais, como a criação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) nos negócios com ações, em outubro passado, como forma de conter a valorização do real frente ao dólar. Barbosa, da Febraban, completou dizendo que não é uma preocupação da Brain o nível de impostos cobrados no Brasil. “Os estudos que temos mostram que o nível dos impostos não é um fator decisivo, mas temos que discutir com o governo a harmonização e a simplificação das regras tributárias.”

Nelson Rocco, iG SP

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Parmenas Alt
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