sexta-feira, 07/06/2024
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Fazendas são liberadas

Alívio e muitas dúvidas. Foi assim que a notícia sobre a liberação das importações de carne de 106 propriedades brasileiras ao consumo europeu repercutiu no Estado, o maior produtor do País de carne bovina. O Diário obteve de uma fonte a confirmação de que nesta listagem há propriedades de Mato Grosso, porém a quantidade e localização foram mantidas em sigilo, seguindo uma determinação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

A suspensão parcial do embargo ao Brasil foi anunciada ontem pela porta-voz européia de Saúde e Proteção ao Consumidor da Comissão, Nina Papadoulaki, e confirmado no final da tarde pelo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, por meio de nota. “A reabertura do mercado, feita rapidamente com poucas propriedades, é um sinal positivo de que a UE tem interesse na carne brasileira”.

A liberação parcial da carne estadual foi feita antes mesmo da visita dos técnicos da União Européia ao Estado, já que a vinda estava programada para ontem, mas terá início hoje, na região sul e segue para porção oeste de Mato Grosso e que no roteiro de inspeção estariam seis fazendas. A suspensão do embargo é considerada parcial, tanto em nível nacional como estadual, já que as autoridades sanitárias mato-grossenses consideraram aptas às exigências daquela comunidade internacional 117 propriedades no Estado.

Até ontem, nem a Superintendência Federal da Agricultura em Mato Grosso (SFA/MT) e nem o Instituto de Defesa Agropecuária do Estado (Indea/MT) estava autorizado para prestar informações sobre assunto, em obediência ao Mapa. Já este, que centraliza todas as questões referentes ao embargo europeu, não revelou a localização das fazendas habilitadas no país e nem deu informações sobre Mato Grosso. Nem a presença dos técnicos no Estado foi confirmada pelo Ministério, menos ainda o itinerário em Mato Grosso.

Apesar da falta de esclarecimentos sobre o assunto, a suspensão poderá frear as perdas que o Estado vem contabilizando diariamente por não poder vender à Europa as carnes bovinas in natura e maturada. Conforme dados do Sindicato das Indústrias Frigoríficas de Mato Grosso (Sindifrigo), o consumo daquele bloco econômico absorve 32% de todos os cortes bovinos que Mato Grosso exporta. A falta deste mercado impõe uma perda diária de cerca de US$ 750 mil. Levando em consideração que o embargo total à carne brasileira estava em vigor desde o dia 1° deste mês, a economia mato-grossense, num primeiro momento, contabilizou prejuízos da ordem de US$ 20,25 milhões até ontem, 27° dia de suspensão. “A grosso modo a perda é esta, mas durante o período de suspensão os exportadores tentam reenviar os volumes para outros mercados, mas há sempre como impacto direto a desvalorização da cotação”, observa uma fonte do segmento exportador.

JUSTIFICATIVA – Conforme a porta-voz européia, as autoridades brasileiras enviaram à Comissão (européia, órgão executivo da UE) uma lista provisória de 106 fazendas, com os correspondentes relatórios das auditorias, que garantem que elas cumprem todos os requisitos para importação de carne. Com a nova lista aprovada, o Brasil poderá voltar imediatamente a exportar à UE carne desossada e maturada produzida nessas fazendas.

No entanto, a decisão não muda o rumo da missão de veterinários europeus que está no Brasil desde a última segunda-feira, inspecionando os sistemas de controle sanitário de uma amostra de 30 estabelecimentos escolhidos entre os listados pelo Mapa, que somam cerca de 200 propriedades.

Segundo Papadoulaki, novas fazendas poderão ser incluídas na lista com base nos resultados das inspeções européias, programadas para terminar no dia 14 de março.

A Comissão Européia suspendeu no final de janeiro a importação de carne do Brasil, depois que a União Européia se negou a aceitar a lista de fazendas aprovadas pelo Brasil para vender carne ao bloco, alegando falta de acordo em torno do número de estabelecimentos listados.

A missão da FVO (Departamento de Alimentação e Veterinária da União Européia) aponta falhas no sistema brasileiro de rastreamento de gado como a principal preocupação da União Européia em relação à carne que compra do país. (Com BBC Brasil).

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Parmenas Alt
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