quarta-feira, 15/05/2024
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Holerites e assinaturas falsas garantiram desvio de R$ 3,7 milhões da ALMT

Os depoimentos de dois servidores da Assembleia Legislativa de Mato Grosso e de uma ex-funcion&aacuteria do extinto Banco Real apontam que holerites e assinaturas falsas foram forjadas para possibilitar que 166 empr&eacutestimos consignados fossem contratados por funcion&aacuterios do Legislativo, em 2001, em um esquema que desviou R$ 3,7 milh&otildees dos cofres do poder.

As testemunhas de acusa&ccedil&atildeo, arroladas pelo Minist&eacuterio P&uacuteblico Estadual (MPE), foram ouvidas em audi&ecircncia de instru&ccedil&atildeo na 7&ordf Vara Criminal de Cuiab&aacute, na &uacuteltima sexta-feira (3).

A servidora Lucilene Guimar&atildees – que na &eacutepoca dos fatos trabalhava como secret&aacuteria no setor de Licita&ccedil&atildeo – foi a primeira a ser ouvida.

Ela relatou que, na ocasi&atildeo, grande parte das licita&ccedil&otildees ocorria pela modalidade carta-convite, e que a institui&ccedil&atildeo j&aacute tinha um cadastro de empresas participantes dos certames.

Segundo a servidora, havia uma comiss&atildeo de licita&ccedil&atildeo, mas, na maioria das vezes, era o chefe do setor, Nivaldo de Ara&uacutejo (j&aacute falecido), quem fazia tudo sozinho, desde a elabora&ccedil&atildeo do edital at&eacute a conclus&atildeo.

A divulga&ccedil&atildeo do resultado ocorria somente por meio de um mural que ficava na parede, e os empres&aacuterios que n&atildeo fizessem parte do cadastro da Casa e quisessem concorrer nos processos, deveriam ir at&eacute l&aacute para tomar conhecimento.

Segundo Lucilene Guimar&atildees, muitas vezes, os demais membros n&atildeo apareciam para fiscalizar o processo e Nivaldo, depois, apenas colhia as assinaturas, para cumprir com as formalidades.

Questionada pelo promotor S&eacutergio da Costa Silva sobre os empr&eacutestimos consignados que dezenas de servidores contrataram, a servidora afirmou que se lembra que isso ocorreu como forma de pagar sal&aacuterios atrasados, mas n&atildeo se recorda se chegou a contratar.

Eu lembro que teve o empr&eacutestimo para todo mundo assinar para pagar os funcion&aacuterios, mas eu n&atildeo lembro de ter assinado, disse.

Ademilson de S&aacute Neves, ex-motorista do ent&atildeo deputado estadual e primeiro-secret&aacuterio da Assembleia, Humberto Bosaipo, &eacute um dos servidores que constam como contratantes do empr&eacutestimo consignado junto ao Banco Real, mas que, na verdade, nunca chegou a receber qualquer valor.

Segundo as informa&ccedil&otildees, ele sequer se recorda de ter assinado o contrato.

De acordo com a investiga&ccedil&atildeo do MPE, Ademilson, que ent&atildeo estava &agrave disposi&ccedil&atildeo do secret&aacuterio de Finan&ccedilas da AL, Guilherme Garcia, aparece como tomador de empr&eacutestimo de R$ 18,5 mil, montante muito acima do sal&aacuterio dele, na &eacutepoca.

Eu nunca recebi nada e tamb&eacutem n&atildeo lembro de ter assinado nada, disse o motorista.

Ele tamb&eacutem afirmou que nunca lhe descontaram nada do sal&aacuterio, ao contr&aacuterio do que &eacute definido no sistema de empr&eacutestimo consignado.

Holerites fraudados e assinaturas falsas

Durante o depoimento da ex-funcion&aacuteria do Banco Real, Alessandra Vieira Brand&atildeo, que foi a respons&aacutevel por formalizar os contratos de empr&eacutestimos consignados com os servidores da Assembleia, o promotor encontrou conson&acircncia com a acusa&ccedil&atildeo de que documentos foram falsificados para viabilizar os financiamentos pessoais.

Segundo Alessandra, na &eacutepoca dos fatos, ela foi deslocada da ag&ecircncia em que atuava para ficar exclusivamente em uma sala, no setor de Rrecursos Humanos da Assembleia, operacionalizando os empr&eacutestimos.

Ela disse que documentos necess&aacuterios para a formaliza&ccedil&atildeo dos contratos, como holerites dos servidores, lhe eram entregues diretamente pelo setor de RH da institui&ccedil&atildeo.

O promotor questionou a banc&aacuteria sobre o contato que ela tinha no RH e ela afirmou que uma servidora chamada Jucileide e o chefe do setor, Agenor Clivati, eram as pessoas que sempre estavam &agrave disposi&ccedil&atildeo para &quotfacilitar&quot o trabalho dela.

O promotor tamb&eacutem perguntou a Alessandra sobre um epis&oacutedio em que Agenor disse que havia cerca de 15 servidores que trabalhavam no interior do Estado e que n&atildeo poderiam vir at&eacute Cuiab&aacute para assinar os contratos. Por isso, ele se responsabilizou em colher essas assinaturas e entregar posteriormente &agrave ela.

Alessandra disse que n&atildeo se lembrava ao certo, mas que chegou de ocorrer situa&ccedil&otildees um pouco fora do previsto e que ratificava depoimento que ela j&aacute havia feito ao Minist&eacuterio P&uacuteblico, em 2004.

Ela afirmou ainda que todos os cheques administrativos do Banco Real, referentes aos valores dos empr&eacutestimos, foram entregues por ela a Agenor Clivati, na Assembleia Legislativa, para que o setor de RH os depositasse nas contas dos servidores.

Questionada sobre o par&acircmetro utilizado pelo banco para estipular o valor do empr&eacutestimo, a testemunha afirmou que n&atildeo podia ultrapassar 30% da renda mensal do contratante.

Nesse momento, o promotor perguntou se ela chegava a confirmar o valor do sal&aacuterio com o pr&oacuteprio servidor, e ela disse que n&atildeo porque essa informa&ccedil&atildeo j&aacute constava no holerite entregue a ela pelo RH.

Ainda segundo a testemunha, a maioria dos empr&eacutestimos era para servidores com cargos de confian&ccedila, ou seja, para assessores parlamentares.

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REPORTER-MT

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Parmenas Alt
Parmenas Alt
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